sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Outubro infernal.

Neste momento ouvindo 'Amy Winehouse - October Song'. O dia está ensolarado, e eu, capotado no sofá, acabo de tomar um Top Sundae de chocolate com cobertura extra. Acabo de chegar da República, fui pedir as minhas contas. Finalmente livre! Head set nunca mais. É triste por que ali deixei amizades, amizades fortes, e algumas fracas, mas não deixam de ser amizades. Não aguentava mais toda aquela pressão psicológica que estavam fazendo com todos nós. Desejo sorte para todos que ficaram, o que me alegra é que sei que alguns que gostariam de sair, já estão engajados em arrumar outro emprego, melhor e menos chato, que é o meu caso.

Hoje, 8 de Outubro, completa exatamente um ano que me mudei pro Tatuapé. Sinto muito saudade do condomínio onde morei por 10 anos.Ali deixei também amizades, amizades que demorei 1 dia para criar e 10 anos para se firmar. Lembro como se fosse ontem o dia da mudança. Não levaríamos quase nada, somente o necessário, como roupas louças e aparelhos eletrodomésticos e eletrônicos, pois os móveis já estavam todos no outro apê. Acordamos todos as 7:00 h. Eu não havia dormido muito bem, pois estava dormindo em um colchonete comprado de última hora em um hipermercado próximo dali. Estava comendo miojo e pão havia 3 dias, não aguentava mais isso, quando finalmente recebi a notícia que a mudança seria efetuada na manhã seguinte (8 de Outubro de 2009). O pânico bateu, até então, a mudança não me causava tanto pavor, pois nada era certo, somente quando eu vi as coisas começarem a ser guardadas nas caixas, começava uma cocerinha de tristeza dentro de min, mas isso eu conseguia ignorar, porém quando ouvi a sentença final, eu sentia vontade de me agarrar ao prédio e nunca mais soltar, aproveitei intensamente o último dia como morador dali, pois sabia que a partir do momento eu que eu colocasse meus pés pra fora dali, seria visto como visitante. E é difícil aceitar a nomenclatura quando você já conhece todos do condomínio. Lembro que subi pra casa por voltas das 23:30, fiquei lá em baixo com uma das meninas mais especias que conheço, ouvindo Lily Allen e falando sobre como seria o condomínio sem min, e o que eu faria depois dali e quantas vezes por semana eu voltaria ali para visitar a todos. Subi, fiz um miojo, e fui me deitar, tentava não pensar ao máximo em como a distância noa afastaria, apesar do morarmos apenas há quase 40 minutos uns dos outros, mas sabia que de qualquer forma mudança me afetaria. "Acorda Murilo", foi o que ouvi na quinta feira de manhã, e todo o inferno começou. Corre pra lá, corre pra cá, "onde estão minhas roupas e minha escova de dentes?" esse foi o primeiro pensamento que me veio à mente. Tomei meu banho, cada gota do chuveiro, eu sentia como se fosse a última gota, de todos os meus banhos do mundo. Fui cordial com todas as minhas ações, tentando executá-las com o máximo de lerdeza possível e toda a cena estava indo devagar. Cada toque, casa suspiro, cada buzinar que ouvia da avenida que seguia em frente a minha janela, eu sabia que era a última vez que as sentiria de tal forma. O Elevador chegou. Desci, estava nublado, garoando, e todos na escola. Olhei as dependências do condomínio como se elas nunca mais estivessem ali, notei alguns detalhes que não havia notado em 10 anos. O carreto não nos levaria mais, isso ferrou com todos os nossos planos, pois tínhamos horário correto para descarregar no outro condomínio, e estava se esgotando. Eu e meu pai fomos atrás de um carreto o mais breve possível, chovia forte já, eu estava pingando e nossa busca incessante não havia terminado, faltava apenas 2:30 para o tempo se esgotar quando encontramos um carreto disponível que atendesse às nossas expectativas. Parecia que estávamos fugindo, colocando com muita pressa as malas e caixas dentro do caminhão, e sempre correndo, estávamos em 4, e mais ninguém para nos ajudar. Eu sentado na carreta do caminhão, senti o motorista ligar o caminhão, sabia que era de me despedir das imagens que estavam na minha cabeça, de quando eu cheguei no condomínio, e substituí-las pelas imagens da minha partida. 'Regina Spector - Fidelity' estava tocando quando o motorista acelerou o caminhão e o prédio foi ficando cada vez menor ao ponto de eu não poder mais vê-lo.

Obrigado à todas as pessoas que fizeram e fazem parte da minha família enquanto ali morei.

Um comentário:

  1. Ah Muuu, quee diivaa suua históriia de viida,
    haha.'
    E agoora vooc "olha" pra trás e percebee quee tudoo tem um poorque nesse CACETEE, ee que tudo realmente vale á penaa neeh (:
    i loove yoou diivo *--*
    By: Thaata.'

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